Sexta, 01 de Agosto de 2025
O mercado financeiro brasileiro enfrentou um dia de turbulência, impactado por fatores externos e internos. No dia seguinte ao anúncio de tarifas por Donald Trump, o dólar superou a marca de R$ 5,60, enquanto a bolsa de valores registrou o pior mês desde dezembro.
O dólar comercial fechou a quinta-feira (31) cotado a R$ 5,601, com um aumento de R$ 0,011 (+0,19%). A moeda atingiu o pico de R$ 5,62 pela manhã, recuou para R$ 5,58 durante a tarde e se estabilizou em torno de R$ 5,60 no final do dia.
No maior valor desde 4 de junho, quando estava em R$ 5,64, o dólar comercial subiu 3,07% no mês. A divisa, no entanto, acumula queda de 9,37% em 2025.
O mercado de ações também sentiu o impacto. O índice Ibovespa, da B3, encerrou o dia aos 133.071 pontos, com uma queda de 0,69%. O indicador recuou 4,17% em julho, o pior desempenho mensal desde dezembro.
A valorização do dólar foi influenciada tanto por fatores domésticos quanto internacionais. Globalmente, a moeda ganhou força após o governo de Donald Trump prorrogar as negociações com o México por 90 dias. O euro comercial se manteve estável, vendido a R$ 6,39, refletindo o acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia.
No cenário interno, a pressão sobre o dólar veio da definição da Taxa Ptax, utilizada para corrigir as reservas internacionais e a dívida governamental indexada ao câmbio.
Adicionalmente, a bolsa foi afetada pelo tom do comunicado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que sinalizou a possibilidade de aumento das taxas de juros caso a inflação volte a subir. Essa expectativa de juros mais altos incentiva a migração de investimentos da bolsa para a renda fixa.
* com informações da Reuters